ALOCUÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO
KAY RALA XANANA GUSMÃO POR OCASIÃO DO PRIMEIRO ENCONTRO
SOBRE AS LÍNGUAS DE TIMOR-LESTE
Ministério dos Negócios Estrangeiros, Díli
5 de Agosto de 2010
Sua Excelência o Reitor da UNTL, Professor Doutor Benjamim Corte-Real
Exma. Senhora Presidente da Comissão Nacional da UNESCO em Timor-Leste, Presidente da Comissão Nacional de Educação e Chefe da Comissão Organizadora do Encontro, Sra. Kirsty Sword Gusmão
Exmo. Senhor Secretário de Estado da Cultura, Dr. Virgílio Smith
Membros da Comissão Organizadora do Encontro
Ilustres Convidados
Distintos Participantes
Senhoras e Senhores,
É com grande prazer que participo neste Primeiro Encontro sobre as Línguas de Timor-Leste, tendo-me sido concedida a honra de encetar este tão útil debate de ideias em torno do papel social, cultural e educativo que as Línguas de Timor-Leste, incluindo o Tétum, assumem na dinâmica da construção e do reforço da identidade e unidade nacionais.
E é pois, com enorme satisfação pessoal, que vejo que foram altamente produtivas as sinergias entre as partes envolvidas na organização deste encontro, dando assim voz, a um debate há muito aguardado pela sua necessidade e actualidade.
A todos aqueles que participaram na organização deste evento, nomeadamente a Comissão Nacional da UNESCO em Timor-Leste, o Instituto Nacional Linguístico, o Centro Cultural Timor Lorosa’e Nippon e a Secretaria de Estado da Cultura, os meus mais sinceros parabéns!
Aproveito igualmente o ensejo para congratular Sua Excelência o Presidente da República, o Exmo. Senhor Ministro da Educação e a Exma. Senhora Embaixadora da Boa Vontade para a Educação pela criação e lançamento do original “Concurso de escrita nas línguas de Timor-Leste”, com o nobre propósito de promover a produção literária nas línguas nacionais valorizando-se, desta feita, a nossa diversidade etnolinguística. Apelo portanto, à participação activa das comunidades nesta pioneira iniciativa, dando assim, viva expressão à nossa herança cultural.
Senhoras e Senhores,
Timor-Leste é uma jovem Nação ainda em processo de construção, onde muito ainda está por fazer sobretudo nos ditos sectores chave. De tal modo, que os objectivos deste Encontro reflectem claramente os propósitos e os desafios da nossa nação em matéria de educação, sendo que estou seguro de que o debate de ideias e partilha de experiências que daí advenha, se constituirá num passo significativo no desenvolvimento do sistema educativo e cultural do nosso País.
Senhoras e Senhores,
Em Timor-Leste existem “Muitas Línguas, Um só povo!”
Em Tétum diz-se “Dalen Oi-Oin, Povu Ida Deit!”
Em Mambae diz-se “Gase ahe ahe, atu gal id!”
Em Kemak diz-se “Dale abe abe, atamasa sia!”
Em Fataluku diz-se “Luku-lukun ze zene, marlauana ukani!”
Em Baikenu diz-se “Lasi huma huma, tob mése!”
Em Makasae diz-se “Sobu bau-baun, anu unai!”
As cerca de, pelo menos, 16 línguas coexistentes em Timor-Leste traduzem claramente a enorme complexidade do ambiente linguístico que se vive no nosso País, constituindo-se, desde logo, como parte integrante e fundamental da nossa herança cultural.
Cada uma destas línguas nacionais corresponde às necessidades quotidianas de comunicação dos seus falantes, sendo através destas, que a realidade é primeiramente entendida, conceptualizada e descrita.
É precisamente à luz desta diversidade etnolinguística, e no sentido de promover uma educação mais inclusiva e acautelar a discriminação dos seus falantes, que a própria Constituição de Timor-Leste estabelece que as Línguas nacionais, incluindo o Tétum, sejam valorizadas e desenvolvidas pelo Estado, sendo, ao mesmo tempo, objecto de protecção internacional por parte de organizações como a UNESCO.
A língua é inegavelmente um dos alicerces fundamentais para o progresso de qualquer nação.
E o Tétum, enquanto a língua mais falada no território, tem-se constituído ao longo da nossa história como um dos mais importantes factores de coesão nacional, tendo gradualmente vindo a ser desenvolvida, de forma a suprir todas as necessidades formais e informais de comunicação.
Aproveito pois, a ocasião para enaltecer os mais diversos contributos dos linguistas nacionais e internacionais (alguns dos quais estão hoje aqui presentes), no desenvolvimento do tétum e na sua veiculação, a par do português, como língua de ensino por excelência.
A tónica hoje recai sobre a actual utilidade em promover um mais amplo conhecimento público em torno do papel das línguas de Timor-Leste, simultaneamente nas suas facetas social, cultural e educativa, dando assim azo, a que as mesmas venham a ser convenientemente utilizadas no processo de fortalecimento da unidade e coesão nacionais.
Se, por um lado, é imperativo a salvaguarda e valorização das línguas de Timor-Leste, enquanto traço singular do nosso património cultural, por outro lado, é também relevante apurar de que forma estas poderão vir a ser utilizadas no desenvolvimento intelectual das nossas crianças e dos nossos jovens... Em prol de uma educação ao alcance de todas as meninas e meninos timorenses!
Estes dois dias são de reflexão, de discussão e de debate de ideias, sendo com enorme orgulho que contemplo, aqui reunido em torno da diversidade linguística timorense, um tão eloquente painel de individualidades.
E estou certo, que os contributos dos Especialistas da linguística, da educação, da cultura, incluindo os representantes de diversos grupos linguísticos, aqui presentes, farão deste pioneiro encontro um verdadeiro êxito!
Muito obrigado!
Kay Rala Xanana Gusmão
5 de Agosto de 2010
KAY RALA XANANA GUSMÃO POR OCASIÃO DO PRIMEIRO ENCONTRO
SOBRE AS LÍNGUAS DE TIMOR-LESTE
Ministério dos Negócios Estrangeiros, Díli
5 de Agosto de 2010
Sua Excelência o Reitor da UNTL, Professor Doutor Benjamim Corte-Real
Exma. Senhora Presidente da Comissão Nacional da UNESCO em Timor-Leste, Presidente da Comissão Nacional de Educação e Chefe da Comissão Organizadora do Encontro, Sra. Kirsty Sword Gusmão
Exmo. Senhor Secretário de Estado da Cultura, Dr. Virgílio Smith
Membros da Comissão Organizadora do Encontro
Ilustres Convidados
Distintos Participantes
Senhoras e Senhores,
É com grande prazer que participo neste Primeiro Encontro sobre as Línguas de Timor-Leste, tendo-me sido concedida a honra de encetar este tão útil debate de ideias em torno do papel social, cultural e educativo que as Línguas de Timor-Leste, incluindo o Tétum, assumem na dinâmica da construção e do reforço da identidade e unidade nacionais.
E é pois, com enorme satisfação pessoal, que vejo que foram altamente produtivas as sinergias entre as partes envolvidas na organização deste encontro, dando assim voz, a um debate há muito aguardado pela sua necessidade e actualidade.
A todos aqueles que participaram na organização deste evento, nomeadamente a Comissão Nacional da UNESCO em Timor-Leste, o Instituto Nacional Linguístico, o Centro Cultural Timor Lorosa’e Nippon e a Secretaria de Estado da Cultura, os meus mais sinceros parabéns!
Aproveito igualmente o ensejo para congratular Sua Excelência o Presidente da República, o Exmo. Senhor Ministro da Educação e a Exma. Senhora Embaixadora da Boa Vontade para a Educação pela criação e lançamento do original “Concurso de escrita nas línguas de Timor-Leste”, com o nobre propósito de promover a produção literária nas línguas nacionais valorizando-se, desta feita, a nossa diversidade etnolinguística. Apelo portanto, à participação activa das comunidades nesta pioneira iniciativa, dando assim, viva expressão à nossa herança cultural.
Senhoras e Senhores,
Timor-Leste é uma jovem Nação ainda em processo de construção, onde muito ainda está por fazer sobretudo nos ditos sectores chave. De tal modo, que os objectivos deste Encontro reflectem claramente os propósitos e os desafios da nossa nação em matéria de educação, sendo que estou seguro de que o debate de ideias e partilha de experiências que daí advenha, se constituirá num passo significativo no desenvolvimento do sistema educativo e cultural do nosso País.
Senhoras e Senhores,
Em Timor-Leste existem “Muitas Línguas, Um só povo!”
Em Tétum diz-se “Dalen Oi-Oin, Povu Ida Deit!”
Em Mambae diz-se “Gase ahe ahe, atu gal id!”
Em Kemak diz-se “Dale abe abe, atamasa sia!”
Em Fataluku diz-se “Luku-lukun ze zene, marlauana ukani!”
Em Baikenu diz-se “Lasi huma huma, tob mése!”
Em Makasae diz-se “Sobu bau-baun, anu unai!”
As cerca de, pelo menos, 16 línguas coexistentes em Timor-Leste traduzem claramente a enorme complexidade do ambiente linguístico que se vive no nosso País, constituindo-se, desde logo, como parte integrante e fundamental da nossa herança cultural.
Cada uma destas línguas nacionais corresponde às necessidades quotidianas de comunicação dos seus falantes, sendo através destas, que a realidade é primeiramente entendida, conceptualizada e descrita.
É precisamente à luz desta diversidade etnolinguística, e no sentido de promover uma educação mais inclusiva e acautelar a discriminação dos seus falantes, que a própria Constituição de Timor-Leste estabelece que as Línguas nacionais, incluindo o Tétum, sejam valorizadas e desenvolvidas pelo Estado, sendo, ao mesmo tempo, objecto de protecção internacional por parte de organizações como a UNESCO.
A língua é inegavelmente um dos alicerces fundamentais para o progresso de qualquer nação.
E o Tétum, enquanto a língua mais falada no território, tem-se constituído ao longo da nossa história como um dos mais importantes factores de coesão nacional, tendo gradualmente vindo a ser desenvolvida, de forma a suprir todas as necessidades formais e informais de comunicação.
Aproveito pois, a ocasião para enaltecer os mais diversos contributos dos linguistas nacionais e internacionais (alguns dos quais estão hoje aqui presentes), no desenvolvimento do tétum e na sua veiculação, a par do português, como língua de ensino por excelência.
A tónica hoje recai sobre a actual utilidade em promover um mais amplo conhecimento público em torno do papel das línguas de Timor-Leste, simultaneamente nas suas facetas social, cultural e educativa, dando assim azo, a que as mesmas venham a ser convenientemente utilizadas no processo de fortalecimento da unidade e coesão nacionais.
Se, por um lado, é imperativo a salvaguarda e valorização das línguas de Timor-Leste, enquanto traço singular do nosso património cultural, por outro lado, é também relevante apurar de que forma estas poderão vir a ser utilizadas no desenvolvimento intelectual das nossas crianças e dos nossos jovens... Em prol de uma educação ao alcance de todas as meninas e meninos timorenses!
Estes dois dias são de reflexão, de discussão e de debate de ideias, sendo com enorme orgulho que contemplo, aqui reunido em torno da diversidade linguística timorense, um tão eloquente painel de individualidades.
E estou certo, que os contributos dos Especialistas da linguística, da educação, da cultura, incluindo os representantes de diversos grupos linguísticos, aqui presentes, farão deste pioneiro encontro um verdadeiro êxito!
Muito obrigado!
Kay Rala Xanana Gusmão
5 de Agosto de 2010
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